terça-feira, 20 de julho de 2010

Comodismo



















Me fiz outra
e essa, assim sendo,
brincou comigo;
fez a minha voz
como a sua
e me corroeu
para que eu pudesse
mostrá-la aos outros.
Depois de mostrá-la
decidi soterrar o que sou;
achei por bem
encarar a vida levianamente
e não quis mais decidir
sobre minhas escolhas.
Estava quase desistindo
quando meu peito começou a explodir:
a vida não vivida se inquietou
e não quis mais repousar
nos braços medíocres
do comodismo satisfatório.
Então, fui percebendo
que ninguém viverá
os meus prazeres
nem as minhas dores.
E cá estou.
Apresento-lhes
uma nova modalidade de mulher:
um furacão
que não deixa nada no lugar,
porém é assim
que sei desfrutar
da minha feliz liberdade
de escolher a mim mesma.
Autoria: Malu Vieira

Um comentário: